
O novo filme de James Cameron é visualmente lindo. Deslumbrante e com efeitos em terceira dimensão impactantes. Na sala IMAX o efeito é devastador. Uma experiência única e inesquecível, mas que dura uns 15 minutos. Depois disso, o espectador precisa do conteúdo para se prender e o roteiro de Avatar é um lixo completo. Batido, repleto de clichês e personagens caricatos demais.
A começar pelo personagem principal, o ex-fuzileiro Jake Sully, que está confinado em uma cadeira de rodas e aceitou a missão de ir ao planeta Pandora através do Programa Avatar. Neste projeto, ele mistura o seu DNA com os Na’Vi (os nativos do tal planeta) e se torna “um deles” para conhecê-los, ganhar a sua confiança e depois traí-los, roubando-lhes um mineral local valiosíssimo e desejado por um burocrata inescrupuloso.
Como todo filme com discurso eco-chato, o protagonista tem uma mentalidade devastadora e está pouco se lixando que o planeta será devastado, mas acaba se apaixonando pelas maravilhas naturais do planeta, suas criaturas selvagens e, como não poderia deixar de ser, conhece uma guerreira nativa que conquistará o seu coração inescrupuloso, fazendo com que ele se torne um deles.
Já na tribo dos smurfs, ele conhece o irmão da sua amada, que é guerreiro também e torce o nariz para a chegada do azulão de laboratório. Mas com a ajuda dos seus companheiros de figurinhas carimbadas (o nerd, a cientista maluca, o pesquisador e a militar durona – Michele Rodriguez, mais uma vez, no papel de Maria Bonita) ele vai combater a turma de humanos malvados formada também por figurinhas carimbadaças como o burocrata inescrupoloso e o militar-fodão-frases-feitas-e-que-carrega-a-cicatriz-da-criatura-de-Pandora-que-o-atacou.
Alguns críticos classificaram como a obra de Cameron como uma versão alienígena e moderna de Pocahontas. Outros reclamaram que muitos elementos presentes já foram vistos em outro filme do diretor (Aliens – O Resgate). Eu vou além. Misture os dois filmes, troque os diálogos bons por filosofias baratas capazes de envergonhar o Paulo Coelho, use personagens terrivelmente batidos e caricatos e use e abuse dos efeitos visuais para dar um ar de novo á sua obra. Pronto está aí o segredo do sucesso de Avatar.
Isso até poderia ser diferente se o mundo não estivesse sofrendo um processo gritante de imbecialização e emburrecimento generalizado. Enquanto as discussões ficarem centradas nos efeitos visuais do filme, ou no novo herói da Marvel que ganhará adaptaação cinematográfica ou quantos boquetes a mina do twitter pagou no Big Brother Brasil, seremos obrigados a ver coisas como o Avatar liderando o número de indicações no Oscar.
6 comentários:
E tu ainda queria que eu trocasse o divertidíssimo "A Princesa e o Sapo" por essa bosta. Faça-me o favor...
Quase te fodi hein Tatá... A Princesa e o Sapo dá de mil a zero em Avatar.
Não assisti essa merda e nunca tive vontade! Algumas vezes, é melhor seguir a intuição!
Abs
pois é concordo com a descriçao.
o filme é batido e ja ouve muitos outros com o mesmo tipo de tema e personagens nada originais.
A midia faz a cabeça desses acefalados e eles caem direitinho.
Se fizerem um filme "a bosta falante" mas com uma propaganda monstruosa tenho certeza que muitos irão se tornar um bostamaniaco pelo filme.
decepcionante ...
Olha,eu não assisti Avatar,mas mesmo que tivesse assistido,eu já sabia de antemão que é o tipo de filme que se assiste apenas pelos efeitos especiais.Coisa pra ver no cinema mesmo e não ter que ficar pensando depois.É esperar demais que um filme com tamanho investimento em efeitos especiais e marketing,tenha algum roteiro,não acha?rs
Na Super Interessante,eles sugeriram aos leitores que queriam um pouco mais de enredo que assistissem "Lunar" e para quem queria apenas uma experiência visual cheia de clichês hollywoodianos,que assistissem Avatar...Aparentemente,Hollywood andava meio mal das pernas até o lançamento do Blockbuster em questão!
Daqui há uns anos vai ter um monte de nerd, ops, descolados, fazendo encontros à caráter.
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