segunda-feira, 31 de março de 2008

The Mambo of The Beast

O amigo Adilson Meilheres deu a dica e o Cotidiano Ranzinza foi atrás de mais uma cagada jornalística. A gafe cometida pelo jornal Agora mostra como é perigoso passar matéria pelo telefone para a redação, ainda mais quando o diálogo é protagonizado pela Velha Surda e o Apolonio, no A Praça É Nossa.

O esquema de matéria pelo telefone é o seguinte. Como o jornal tem horário para fechar, nunca dá tempo para o repórter que vai ao evento voltar para a redação para redigir o texto. Existem duas soluções para que o material chegue a tempo. Notebook ou ligar e ditar para quem estiver na redação. A segunda hipótese é a mais utilizada e, por isso mesmo, as cagadas acontecem com maior freqüencia. Principalmente quando quem está do outro lado da linha não entende patavinas do que está acontecendo no evento.

Neste caso foi o show da banda inglesa de heavy metal, Iron Maiden, que tocou no Parque Antártica, dia 2 de março. O repórter foi passando o set list do show e quem atendeu o telefone ou não conhecia a discografia do grupo ou acredita que o mambo (ao invés do rock'n'roll) seja coisa do diabo, já que trocou o nome da música "The Number of The Beast" por "The MAMBO of The Beast". Fantástico.

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terça-feira, 25 de março de 2008

O Adeus da Nuvem Nove

Sou a favor de tudo quanto é novidade tecnológica. Detesto esse papinho de que 'na minha época era melhor' ou coisas do tipo 'esse negócio de amizade virtual não existe. largue o micro e vai fazer amigos na rua...'. Acho uma imbecilidade pessoas que pensam como Ed Motta e acham realmente que o vinil é disco de verdade e o CD não presta. Papo babaca de gente presunçosa.

MP3 é uma das coisas mais fantásticas que surgiu neste século e essa era digital permite que você tenha mais acesso a coisas que antes ficava restrito à colecionadores metidos a besta. Jamais teria coragem em desembolsar sei lá quantos mil reais para pegar o vinil do Tim Maia Racional, ou qualquer outra raridade do tipo. O MP3 já me quebra um puta galho.

A única coisa a se lamentar com o advento desta 'nova' tecnologia é que ela não atinge as lojas blockbusters e só prejudica as chamadas lojas de bairro. A nova vítima é a melhor loja de discos de São Paulo: A Nuvem Nove.

Melhor porque tem um acervo fantástico e sem preconceitos. Lá você encontra desde MPB cabeça, até rock progressivo, blues, rock, power pop, pagode, metal, punk e diversos outros subgêneros musicais. Lá, ao contrário das lojas grandes, ninguém fica te importunando perguntando o que deseja assim que você bote os pés dentro da loja. O objetivo lá é fazer com que o cliente fuce a loja à vontade.

E quem não tiver a paciência ou vontade de pesquisar, sempre encontra um funcionário que goste, entenda do babado e saiba te atender da melhor maneira possível. Na Nuvem Nove você pode ouvir o CD que deseja, sem pressão dos donos da casa e mesmo quem está na fila respeita aquele que está com os fones de ouvido.

Lá, além de comprar cds raros, lançamentos e outros por um preço camarada, tive a oportunidade de conhecer ótimas pessoas, como o proprietário (Zé), a balconista (Ju) e um dos vendedores (Bento Araújo), que atualmente edita o ótimo Poeira Zine.

Quem quiser dar uma última conferida, vale a pena. A loja está fazendo um pequeno saldo (20% de desconto em tudo que tem na loja) e nos últimos dias tudo será vendido pela metade do preço. Faz muito tempo que não apareço por lá. Mas era bom saber que existia uma loja como a Nuvem Nove caso eu precisasse de um lugar como este que, a cada dia que passa, fica mais difícil de encontrar. A loja (taí Bruka!!!) fica na Rua Clodomiro Amazonas, 128 (Itaim Bibi) e o telefone é o (11) 3078-7051.

sábado, 15 de março de 2008

10 anos sem Tim Maia

Não tenho o menor saco para mexer aqui no final de semana. Além de ser um dos poucos dias de folga que eu tenho, é o dia da minha coluna semanal no Blog da Fla-Sampa e, porra, eu também preciso descansar né? Mas o aniversário de 10 anos da morte do grande mestre Tim Maia não pode passar em branco.

Polêmico, hilário, maluco, cheirador de primeira, imprevisível, irreverente, irônico, sarcástico e extremamente talentoso, Tim Maia era um monstro. Em todos os sentidos. Compositor de primeira, autor de diversos clássicos e dono de uma voz poderosíssima, com certeza ele sempre será um dos maiores nomes da música brasileira.

Colocarei um link para a matéria que o grande Okky de Souza (com quem eu tive o prazer de trabalhar) escreveu para a Veja de 14 de novembro de 2007 sobre o lançamento da biografia dele, escrita pelo Nelson Motta e dois vídeos do Tim Maia em ação.




sexta-feira, 14 de março de 2008

John Landis

Aqui na assessoria tem tv a cabo. Bom, mais ou menos. Pacote meia boca o suficiente para pegar a Globonews, uma das emissoras mais chatas da face da terra. Só não é pior que as religiosas e políticas. De vez e quando rola um tema interessante. Geralmente mal explorado, como foi o caso do ‘especial’ sobre os 25 anos do álbum mais vendido da história, o Thriller, do Michael Jackson.

Acho que todo mundo sabe que o disco é do caralho, que influenciou uma porrada de gente e foi um marco na história da música pop e, principalmente, na carreira de Jackson, que quando era preto realmente fazia música decente. Além do disco, o clip de Thriller também fez história, já que ele era praticamente um curta-metragem de luxo, com direito a efeitos especiais grandiosos para a época e direção de um cineasta famoso, o John Landis.

Confesso que tinha esquecido este detalhe. Pelo menos para isso essa merda de Globonews serviu. Lembrar do ótimo Landis, dos grandes filmes que ele fez e, infelizmente, de sua decadência que dura anos. Ele é um dos diretores que mereciam uma segunda chance, mas pelo jeito está predestinado a fazer merda. Um triste fim para um cineasta que fez alguns filmes que, dependendo do ponto de vista, podem ser considerados clássicos.

Sim, porque ele não era genial como Orson Welles e muito menos fez um filme revolucionário como “Cidadão Kane”. Mas não é apenas isso que define a importância de um filme. Pelo menos para mim. Acho que o fato de marcar positivamente uma geração faz com que um filme se torne um clássico. E isso Landis fez muito bem.

Principalmente com “Clube dos Cafajestes” (o primeiro filme sobre fraternidades e que revelou o grande John Belushi para o cinema), “Os Irmãos Cara de Pau (novamente com Belushi, dessa vez ao lado de Dan Aykroyd, seu parceiro de Saturday Night Live), “Um Lobisomem Americano em Londres”, “Trocando as Bolas” (que revelou Eddie Murphy, que também fazia parte do time de comediantes do SNL) e “Um Príncipe em Nova Iorque” (talvez o filme mais importante de Murphy, o primeiro que ele interpretou diversos papéis diferentes e que marcou muito a geração anos 80), dentre outros.

O problema de Landis foi não saber parar na hora certa. Depois desses clássicos ele se entregou a bobagens como “Oscar - Minha Filha Quer Casar” (‘comédia’ com Sylvester Stallone) e continuações esdrúxulas como “Os Irmãos Cara de Pau 2000” e “Um Tira da Pesada 3”. Isso fez com que sua carreira fosse para o brejo e que ele caísse, infelizmente, no ostracismo. Uma pena. Ele é um dos poucos que merecia um destino melhor no cinema.