quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sherlock - BBC

Esta semana consegui assistir a minissérie “Sherlock”, da BBC, baseado no personagem mais famoso de Sir Arthur Conan Doyle. Pra variar não se sabe se vai ou quando passará na televisão brasileira, mas ainda bem que temos a internet para nos livrar desse descaso das nossas tevês. Essa “primeira temporada” teve apenas três episódios. Eram para ser quatro, mas a emissora resolveu cancelar um porque não gostou do piloto.

Estrelada por Benedict Cumberbatch (Sherlock Holmes) e Martin Freeman (Dr. Watson) a série apresenta uma versão contemporânea do detetive (Holmes agora usa celular e notebook). Apesar de não viver mais no século XIX e ter trocado o cachimbo pelos adesivos de nicotina, Holmes continua com algumas de suas principais características, principalmente a personalidade, inteligência, conhecimento e a paixão pelo violino. Além disso, a série faz uma pequena alusão ao seu vício pela cocaína. Discreto, mas dá para sacar que Sherlock ainda dá seus tirinhos de vez em quando. E não, não ouvimos Holmes dizer nenhuma vez “elementar, meu caro Watson”.

Diferente do cansativo filme de Guy Ritchie, que fez um puta samba do crioulo doido, meio que misturando elementos de seus filmes anteriores com o universo de Holmes, a série da BBC é mais dinâmica, cheia de charadinhas para prender o espectador e com um belo entrosamento entro os atores principais. Moriarty, o arqui-inimigo do detetive está presente e fecha o terceiro episódio com um ótimo cliffhanger para a segunda temporada (que já foi confirmada pela emissora).

O primeiro episódio é realmente o mais fraquinho e é o que mais remete a obra de Doyle. O título "A Study in Pink" faz uma homenagem a “Um Estudo Em Vermelho”, livro que apresentou Sherlock Holmes ao mundo. A história mostra uma série de suicídios que acontecem em Londres, atraindo a atenção de Holmes. Como todo piloto (mesmo que no caso de Sherlock cada episódio tenha 90 minutos de duração), perde-se muito tempo apresentando personagens. Mesmo assim, ele não decepciona. Todos os elementos do universo sherlockiano são apresentados e o caso, apesar de simples, é bem resolvido.

Em “The Blind Banker” a coisa começa realmente a esquentar. Com um caso mais complexo, envolvendo a máfia chinesa e o roubo de um artefato precioso da China, Holmes precisa quebrar a cabeça para ligar todos os pontos e resolver o caso de dois assassinatos que, assim como o episódio anterior, foram disfarçados como suicídio. Por fim temos "The Great Game", que fecha a primeira temporada de maneira brilhante, com um excelente jogo de gato e rato protagonizado por Holmes e Moriarty.

Digamos que Sherlock está longe de ser uma grande produção ou uma série que vai atrair multidões. Mas, assim como os livros, do Doyle, é diversão pura. Simples e muito bem feita. Melhor que muita produção meia boca cheia de pompa que vemos por aí. Pode assistir na boa. Não vais se decepcionar.

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