Mussum sempre foi o meu trapalhão predileto. Lembro que o domingo era um misto de alegria e tristeza na minha vida, pois apesar de me divertir muito assistindo “Os Trapalhões”, o final do programa representava também o final do domingo e, conseqüentemente, do final de semana.
Fico imaginando se hoje, com esse policiamento debilóide dos politicamente corretos, teria espaço para um personagem que brincava e aceitava piadas com sua negritude e se orgulhava de ser cachaceiro. Acho que não. Infelizmente essa babaquice podou até a turma do Casseta & Planeta, que depois de fazer história com as fantásticas Casseta Popular e Planeta Diário e revolucionar o humor televisivo com o TV Pirata, virou essa coisa sem graça apresentada pela TV Globo toda terça-feira.
Mas vamos deixar isso pra lá e voltar a falar do genial Antonio Carlos Bernardes. O Mumu da Mangueira, que personificou como ninguém a imagem do sambista do morro, malandro, beberrão, mulherengo e fanfarrão, divertindo gerações de famílias que sentavam em frente à TV para acompanhar suas trapalhadas dominicais.
Eu tive o prazer de conhecer um de seus filhos (Antonio) que foi meu vizinho em Santos e contava diversas histórias sobre o Mussum. A melhor é sobre a transformação que o pai famoso fez em sua vida caiçara.
Imagine um garoto negro, chegando no meio do ano escolar em uma escola de playboys santistas? Rejeição total. Até o dia que teve show dos Trapalhões na cidade. Ele, que brincava com o Dedé no camarim (segundo ele, o Trapalhão mais gente fina da trupe) foi surpreendido com a chegada da garota mais popular do colégio que queria um autógrafo do Mussum.
Para a surpresa da garota, que ainda não tinha visto seu “colega de escola”, Mussum chega a seu encontro abraçado com Antonio e pergunta: “Do pai ou do filho”? No dia seguinte, o negro excluído virou celebridade no colégio e era convidado para festas de quem não conhecia e tirava fotos com a família do aniversariante. Cacildis.
Para homenagear o mestre, dois vídeos que mostram um pouco do talento do saudoso e inesquecível Mumu da Mangueira.
Mussum no ponto de ônibus
Mussum armando uma pindureta
8 comentários:
Ele também é o meu prefiro, tanto que até comprei uma camisa dele!!!
Excelente post!
sensacional fabeca
Adorei a homenagem ao fanfarrão! cacilds!
Fantástico!!!
Está bombando no Twiter o Mussum Day. Tb concordo com a besteira do politicamente correto, mas isso é resultado de uma porrada de anos de racismo exagerado!
O Mussa é tb meu favortito!!!!!!
ABS.
"Mussum Forevis". O melhor é ver o mestre Antonio Carlos no conjunto Originais do Samba, também já chamado de Os Sete Modernos do Samba e Los Sete Diablos de la Batucada.rs! Já era um verdadeiro humorista. Mas, neste tempo, priorizava a música, fazia samba e, o melhor, de qualidadis. "Esperanças Perdidas", "Tragédia no Fundo do Mar" e "Falador Passa Mal" são clássicos que comprovam a relevância do grupo. Era de raiz e com essencia, assim como seu personagem Mussum. Vale recordar a história do ídolo. Abraço Fabex!
ahahahhahahhahhhahhha... O Mussum era sensacional!! E o post matou... acabou-se o tempo de bons humorísticos na TV... agora só na net, mesmo.
abração!
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